terça-feira, 2 de setembro de 2008

A outra metade?!?

Estava a ler um artigo para um trabalho que estou a fazer para a minha especialização quando me deparo com o seguinte:" A noção actual de amor revela um sentimento que se tem pela pessoa cuja presença provoca em nós a sensação de paz e aconchego que perdemos ao nascer.
Desde o nascimento temos a impressão de ser uma metade, talvez porque tenha sido assim a nossa origem quando passamos a existir - fundidos de outro ser - a Mãe.
Actualmente o amor como remédio não funciona."
E se for mesmo assim? Afinal não são as mães o maior objecto de amor/ódio que todos temos?Não nos deram Elas durante 9 meses o Amor Incondicional, para imediatamente a seguir nos roubar e condenar a passar a vida a procura-lo??
Não é isso o famoso amor de mãe? Que mais ninguém sente?
9 meses a fazer-nos sentir amados, protegidos, cuidados sem sequer nos conhecer, sem nunca ter olhado para nós e sem pedir nada em troca.
O sentirmos-nos aceites só tendo que Ser.
Nascemos e acabou...rapidamente percebemos que temos de dar algo em troca, até à Mãe que durante 9 meses nada pediu.
Sente-se o peso das expectativas, de ter que cumprir os sonhos deles e vem a necessidade de sermos melhores, de criarmos um outro Eu exclusivamente para agradar.
Será justo por esse peso em cima de outras pessoas?
No fundo não queriamos todas dizer "Toma isto é o pior de mim" e mesmo assim sentirmo-nos aceites? Mas conseguimos nós fazer isso a alguém, se não a Elas?
Não serão Elas também capaz de nos mostrar o pior, de nos "roubar" o que nos deram e mesmo assim continuamos a ama-las?
Não faremos nós o mesmo aos nosso filho?
Porque é tão facil tirar a roupa e tão dificil tirar a mascara?
Quantos anos passei a fugir de olhar para mim, com medo de não gostar?
Com medo de não ter o suficiente para ser amada?
Quanto tempo se passou até conseguir Ser?
Agora Sou. E Sou inteira.
E sei que a unica pessoa que me ama o melhor e maior que sabe é Ela.
E que a única que me ama incondicionalmente sou Eu...