segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Já tenho uma àrvore

Chegava sempre a esta altura do ano com uma ambivalencia enorme em relação ao Natal.
É uma altura triste, que nos arrasa e consome e nos faz deparar com a verdade mais crua.
O Natal chegou e temos tantos lugares vazios nas nossas mesas.
Lugares que já estiveram cheios de afecto e risos e hoje estão vazios.
Cabe-nos a nós enche-los com recordações, sorrisos e certeza que estão preenchidos e com lugares cativos dentro de nós.
Afinal não somos assim tão cuidadosos uns com os outros, afinal não damos tudo o que poderiamos dar, afinal não temos a familia dos filmes de Natal...
Desde que o meu pai saiu de casa que o meu Natal adoeceu.
De lá para cá todos os anos tem sido cada vez pior, cada vez mais infelizes, cada vez mais virados para dentro cada um com o seu sofrimento.
O Natal tal como eu o conhecia estava doente e cada vez pior.
À 3 anos foi a primeira vez que não tive àrvore de natal. Ele morreu...lembro-me de entrar no colombo e chorar a olhar para aquelas luzes e àrvores e músicas de Natal.
Entretanto um outro Natal nasceu, mais verdadeiro, mais afectuoso, com os lugares certos para quem lá está ou para quem vai aparecendo.
Os outros tal como disse, tem um lugar cativo cá dentro.
A casa fica cheia.
Comprei uma àrvore de Natal. A minha 1ª àrvore de Natal.
Montei-a e decorei-a sozinha. E a sorrir.
Com bolas brilhantes prateadas e pretas e uma estrela gigantesca no cimo que deita pozinhos brilhantes cada vez que lhe toco.
Gosto dela assim.
Gosto do meu Natal.

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